Passei o dia todo pensando sobre essa data: 8 de Março, Dia da Mulher.
As alunas do Ensino Fundamental II da escola em que trabalho estavam animadas, algumas chegavam a pular: "Hoje é nosso dia", elas diziam. As vezes sinto falta dessa animação que elas sentiam; eu já fui assim. Sinto falta dessa inocência em comemorar uma data que só se tornou nossa por conta de um desastre. Por conta de mulheres terem sido mortas. Em teoria, não é um dia feliz.
Para mim, ele começou triste: li logo cedo sobre o caso da moça que foi abusada, agredida e por fim, queimada. Lutou por sua vida por alguns dias e vi que ontem tinha falecido. Não me senti no clima de ficar feliz.
Mulheres são mortas. Abusadas. Subestimadas. Inferiorizadas. Agredidas.
Todos os dias.
A cada ano que passa me torno mais crítica em relação a essa data e não sei se estou ficando chata ou sei lá o que. Só sei que não adianta ouvir em um dia "Feliz dia das mulheres" e no outro ser desrespeitada no meio da rua por qualquer homem que se achou no direito de fazer comentários indecentes.
Não adianta um "feliz dia das mulheres" e os homens apoiadores do feminismo e da igualdade não corrigir as atitudes e comentários infelizes (e até criminosos) dos seus "brothers". Não adianta dizer que respeita mulheres se suas atitudes possessivas e machistas mostram o contrário.
Na realidade, eu sei que fiquei chata. Mas não consigo ficar "feliz" vendo que vida de mulher não vale nem a metade de um homem e achar que o "Dia Internacional das Mulheres" compensa tanto tempo de opressão e de injustiça.
Mas eu posso desejar que essa data dê cada vez mais força a todas as mulheres que conheço. Que possamos ser tratadas como gente.
Todas nós somos heroínas. Feliz dia para nós.
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